Comprar Imóvel: Dicas de corretores de imóveis sobre compra e contrato

Consórcio de Imóveis: Dicas de corretores de imóveis sobre compra e contrato

A Revista Veja responde dúvidas sobre algumas questões práticas sobre comprar um imóvel por financiamento, na planta, loft, consórcio de imóveis (carta de crédito), entre outras questões:

Comprar imóvel pela internet é uma opção real?

Não. É uma boa ferramenta de busca e comparação, mas o comprador não deve esperar nenhuma mágica, pois a escolha e a negociação exigem paciência e podem levar meses. Não se faz isso por e-mail. Os classificados dos jornais continuam sendo uma excelente fonte, sobretudo para os lançamentos. O que a internet facilita, nas grandes capitais, é o cruzamento de dados por localização, tamanho, preço e estado de conservação do imóvel. Uma boa corretora imobiliária, com profissionais que conheçam bem o mercado ou bairros específicos, é ainda insubstituível.

Diz-se que as características mais importantes de um imóvel são localização, localização e localização. Isso é verdade?

Em grande parte, sim. Localização deve ser o primeiro fator a ser considerado pelo comprador. A segurança e a facilidade de acesso ao trabalho e à escola dos filhos, bem como a boa infra-estrutura de serviços do bairro, são fundamentais para a qualidade de vida e o valor do imóvel. Visite o local tanto durante o dia quanto à noite, para verificar como variam as condições de trânsito e barulho. Algumas áreas podem ser vítimas do próprio sucesso: crescem tanto que se tornam barulhentas e com trânsito infernal. Melhor sempre é comprar em bairros estabilizados.

Os riscos de comprar imóvel na planta são hoje maiores ou menores que no passado?

Desde a quebra monumental da Encol, há quatro anos, o próprio mercado passou a se policiar melhor, mas ainda há uma dose de risco nas compras para entrega futura de apartamentos. Não existe aquisição 100% segura nessa modalidade. O conselho mais valioso é comprar de empresas com reputação de seriedade e solidez e livres de reclamações nos Procons. Os problemas mais comuns que acompanham a compra de apartamentos na planta são: atraso na entrega, alteração da metragem dos cômodos, embargo da obra por irregularidades na prefeitura, reajustes não previstos em contrato e padrão de qualidade abaixo do esperado ou anunciado. Sem falar, é claro, do risco de cair na mão de vigaristas que somem com o dinheiro dos clientes.

Como tornar a compra de apartamento na planta mais segura?

A maneira mais cômoda (e mais cara) é fazer o chamado seguro de garantia de entrega. Essa modalidade custa de 1% a 3% do imóvel e é oferecida por inúmeras seguradoras. Outra abordagem é certificar-se dos bons propósitos das empresas vendedoras. As construtoras idôneas põem à disposição dos clientes seus balanços, demonstrativos financeiros e certidões negativas de débito com a Previdência e a Receita Federal. A existência de diversos empreendimentos anteriores de sucesso é um indicador que deve ser levado em conta. Se houver ações judiciais, embargos, disputas entre herdeiros e outras limitações legais ao uso do terreno ou do imóvel, evite fazer o negócio.

É normal o preço do imóvel variar durante a obra?

Não é incomum. Nas obras contratadas "por empreitada", os reajustes são menos bruscos. Quando a compra é feita "a preço de custo", o valor efetivo da obra será repassado automaticamente aos futuros moradores. São muitas as variáveis: entrada, prestações intermediárias, índices e periodicidade de reajustes, entrega das chaves. Por isso é bom (e não é caro) contratar um advogado para ajudar.

Que cuidados tomar na hora da assinatura do contrato?

Os contratos devem ser assinados na presença de testemunhas qualificadas e do vendedor. Guarde uma via original e verifique se todas as assinaturas têm firma reconhecida.

O que são as plantas flexíveis?

Muitas construtoras passaram a oferecer essa alternativa. São, em geral, apartamentos com disposição variável de dormitórios, suítes, salas ou escritório, dentro do mesmo espaço total. O cliente pode desenhar o apartamento a seu gosto. A desvantagem é que o preço do imóvel pode subir conforme as modificações. Além disso, na hora de vender, as alterações poderão ter pouca ou nenhuma valorização no mercado.

Quando é melhor comprar um imóvel usado?

Há regiões em que a oferta de novas unidades é limitada. Além disso, os imóveis usados costumam ser mais baratos, obviamente, e permitem uma reforma personalizada. Há sempre o risco de existir alguma pendência anterior que impeça a transferência do bem para o comprador. O ideal é ter um advogado ou uma corretora para garantir a segurança do negócio.

Comprar um imóvel ocupado é arriscado?

Se o morador for o proprietário, não há problema, porque sempre será possível negociar a desocupação como requisito para o pagamento. Se for um locatário, o melhor é não comprar.

Quem deve pagar a taxa de corretagem?

Em geral a taxa de 6% é paga por quem vende o imóvel. Mas isso pode virar moeda de troca na hora da negociação. Há a possibilidade de o proprietário, por exemplo, aceitar uma oferta menor de preço e propor que a corretagem seja paga pelo comprador.

Como saber se a taxa de condomínio é abusiva?

Não existe almoço grátis. Se o prédio estiver em condições desfavoráveis de conservação, saiba que cedo ou tarde haverá reformas e o custo delas será rateado entre os condôminos. Portanto, faça logo os ajustes no preço do apartamento, pois o valor baixo pode esconder as necessidades de reforma do prédio mais adiante. É fundamental também verificar a situação econômica do condomínio. Taxas muito altas de inadimplência indicam uma vizinhança com problemas financeiros crônicos, o que pode prejudicar o ambiente do edifício e pesar na conta do condomínio.

 

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