Financiamento de Carro: Excesso de taxas e juros altos provocam inandimplências

Financiamento de Automóveis: Excesso de taxas e juros altos provocam inandimplências

Os primeiros problemas decorrentes da onda de incentivos fiscais, para a venda de carros começam a aparecer. O número de pessoas com problemas bancários decorrentes da inadimplência no pagamento do financiamento de automóvel não para de crescer, de acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira de Defesa e Apoio ao Consumidor - (Abradac).


"Muitos desconheciam as regras do jogo porque não receberam o contrato no ato da compra, quando tiveram dificuldades para pagar uma prestação, se viram diante de um problema gigantesco", disse Wagner Souza, presidente da Abradac.

Segundo ele, o consumidor não recebe o contrato na maioria dos casos de financiamento de veículo. A transação é intermediada pela loja ou revenda de carro, o dinheiro creditado e a compra liberada. Assim, o consumidor nem sabe, por exemplo, que pode chegar a pagar "quase o dobro do valor da prestação quando atrasa o pagamento".


Muitos consumidores estão chegando até a Abradac preocupados com a dívida que ainda possuem, mesmo após a devolução amigável do veículo. "O consumidor pensa que entregando o carro vai se livrar da dívida, mas não é isso que acontece", explica Wagner Souza.


No ato do financiamento, sobre o valor do carro são computados juros e uma série de taxas, com isso o valor fica muito maior. "De R$ 30 mil passa a R$ 50 mil, por exemplo, meses depois da compra, se o consumidor entrega o carro, o veículo vai para leilão, que rende, por exemplo, R$ 20 mil. O restante, tem que ser quitado à vista ou o nome do consumidor vai ficar sujo", explica. Sem pagamento, o valor vai sendo acrescido de juros.


O problema, segundo o presidente da Abradac, é que o consumidor não sabe da nada disso. Ele não tem o contrato em mãos e nem é um especialista para poder negociar uma situação melhor. "Temos visto inúmeros contratos com cobranças de taxas ilegais como a TAC (taxa de abertura de crédito) e a taxa de boleto", afirma, dizendo ainda que só a Justiça está corrigindo estas distorções.

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