Mercado Imobiliário: Jovens estão comprando o primeiro imóvel mais cedo

Consórcio de Imóveis: Jovens estão comprando o primeiro imóvel mais cedo

Eles ingressaram no mercado consumidor numa economia livre de inflação galopante e com estabilidade suficiente para permitir sonhos de longo prazo. Confiantes no futuro, os jovens têm sido responsáveis por boa parte da expansão do crédito imobiliário no País, como também nas adesões em consórcio de imóveis.

Dados mostram que os compradores com menos de 35 anos já são responsáveis por 56,9% dos financiamentos fechados até o dia 18 deste mês. Em 2000, os jovens representavam 54.4%. Já a participação de maiores de 35 anos caiu de 49% para 43,1.

Aos 32 anos e com negócio fechado para o segundo imóvel, o administrador de sistemas Leonardo Augusto Ferreira Moraes ilustra bem essa tendência. Ele conta que já estava pensando em mudar para um imóvel maior, e o empurrão que faltava surgiu com a chance de morar perto do local de trabalho.

"A empresa vai para o Morumbi. Como não gosto de depender de carro e transporte público, comprei um apartamento próximo, para ir trabalhar a pé", diz Moraes, que vai se mudar com a mulher para um imóvel de 142 metros quadrados. O imóvel novo custou R$ 500 mil. Ele deu uma entrada e financiou o restante em dois anos. Para Moraes, planejamento e não ter medo de encarar anos de prestação é o segredo dos jovens compradores de imóveis. "Minha primeira casa foi financiada em 25 anos. Dá um certo medo, mas encarei."

O auxiliar administrativo Marco Aurélio de Souza, de 31 anos, diz que o jovem que investe em imóvel tem como principal característica a audácia. "É preciso ter, para investir", diz ele, que acabou de fechar a compra de um apartamento por meio de financiamento. "Moro com meus pais e queria comprar um imóvel. Usei parte do FGTS como entrada."

O imóvel recém-adquirido encaixou-se perfeitamente no perfil que Souza buscava em tamanho, localização e preço. A entrega está prevista para daqui a dez meses. "Era minha meta, depois de casar", diz. "Também segui à risca a recomendação de não comprometer mais do que 30% da renda bruta na prestação."

Do total dos imóveis residenciais vendidos em abril, 51% foram para compradores com idade entre 18 e 40 anos. O diretor da Agre para São Paulo e Região Sul, Asterio Safatle, também atribui à economia a compra precoce da casa própria. "A flexibilização do crédito permite assumir prestações mais cedo. E, como esse público viu os pais com dificuldades de ter a casa própria, querem galgar este degrau o quanto antes", diz Asterio, que cita um dos empreendimentos da Agre, no qual 55% dos compradores têm até 35 anos.

 

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