Cada vez mais consumidores têm optado pelo consórcio - modalidade financeira mais barata do que o financiamento, porém com longo prazo para contemplação - para aquisição de bens de alto valor. De acordo com um estudo realizado pela Agência Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), em junho eram 4,99 milhões de participantes ativos no Sistema de Consórcios. Destes, 1,74 milhão procuravam veículos leves (automóveis, utilitários e camionetas) e 2,32 milhões pleiteavam motocicletas e motonetas.
Nos acumulados de contemplações, entre janeiro e junho deste ano, a participação nas vendas no mercado interno é de 14,2% no mercado de leves - um automóvel em cada sete comercializados. Já no segmento de motos chega a 40,1%.
O valor da cota teve um aumento de 9% no primeiro semestre de 2012, sendo que 66,9% dos consorciados preferem veículos leves (carros e camionetas) de até R$ 60 mil. O tíquete médio em janeiro era de R$ 40,4 mil; em junho, aumentou em 9,2%, para R$ 43,8 mil. Os resultados mostraram também que 30,65% dos consorciados ativos têm contratos na faixa de até R$ 25 mil, e 2,43% com valores superiores a R$ 60 mil.
O presidente executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi, explica que "há alguns anos, havia uma predominância de veículos populares no Sistema de Consórcios. Mais recentemente, o consumidor, ao planejar a compra e considerar especialmente custos menores e parcelas mensais mais acessíveis aos orçamentos, em razão dos prazos de duração dos grupos, tem procurado fazer adesão com valores maiores, sinalizando upgrade nos objetivos de compra, confirmando o mecanismo como melhor alternativa para atingi-los".
Motocicletas
O cenário se repetiu no setor de motocicletas, onde a maior procura, 54,58% dos consorciados, esteve na faixa entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Do total de participantes, 42,27% têm contratos de até R$ 5 mil e 3,15% com valores superiores a R$ 20 mil. Paralelamente, o tíquete médio aumentou 7,8%, subindo de R$ 10,3 mil (janeiro/2012) para R$ 11,1 mil (junho/2012).
Consumidores preferem carros seminovos e motos 'zeradas'
Segundo a pesquisa, a maioria dos consorciados contemplados em veículos leves (44,75%) preferiu adquirir um seminovo, seguidos por 35,75% que optaram pelo bem de referência constante no contrato, 6,88% por outro veículo automotor (motocicleta, caminhão etc.). Os demais (12,63%) preferiram aguardar outro momento para utilizar seus créditos.
No setor de motocicletas, 53,10% decidiram pelo bem de referência, ou seja, o veículo que tinham objetivado na adesão; 19,30% optaram por retirar um automóvel e 11,41% adquiriram motos seminovas. Os 16,19% restantes optaram por esperar por outro momento para utilização dos seus créditos.