Brasileiros vão de consórcio

Possibilidade de poupança futura e taxas baixas fazem da modalidade a nova queridinha em contratações.

Possibilidade de poupança futura e taxas baixas fazem da modalidade a nova queridinha em contratações

Hoje o sistema de consórcios representa os interesses de cerca de 4,4 milhões de associados e é responsável por um volume de negócios que beira os R$ 62 bilhões. Nesse sistema, cerca de 10 milhões de bens foram entregues nos últimos dez anos no País. Entre as preferências dos brasileiros nos nove primeiros meses deste ano, estão as motocicletas com 30,5%, caminhões e máquinas agrícolas com 22,5% e os consórcios de veículos leves (automóveis, utilitários e camionetas) de fabricação nacional com 10,9%. Tomados por base os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As informações são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).

Na opinião de especialistas, para quem é poupador, consegue segurar a ansiedade e não tem pressa para obter a casa própria, automóvel, motocicleta ou eletroeletrônico, entrar em consórcio é a melhor e a opção mais indicada. "A pessoa adquire um bem móvel ou imóvel sem muito sacrifício e não paga taxa de juros, somente taxa de administração. Isto depende da administradora, há várias no mercado e com valores bem em conta. A flexibilidade no consórcio é enorme, o valor você ainda pode reverter em outros bens, ou acumular o dinheiro e fazer uma poupança, ao final. A maioria das pessoas não gosta porque se deixa levar pelo impulso, pelo imediatismo e não quer esperar para adquirir um bem de forma mais demorada", observa Antônio Ximenes, membro do Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (Corecon/PA).

Segundo o presidente da ABAC, Paulo Roberto Rossi, as razões que levam as pessoas a entrarem em consórcio são diversas, mas ele destaca que o consórcio é considerado um bem de futuro (ao lado de imóveis e da caderneta de poupança), um sistema formador de patrimônio pessoal, familiar ou empresarial. "No sistema de consórcios não há cobrança de juros, não se trata de empréstimo, mas de um autofinanciamento, onde os participantes se concedem crédito recíproca e mutuamente. Por isso, existem taxas de administração que remunera as atividades da administradora", explica.

Cuidados são necessários antes de aderir

Depois da experiência, Janine afirma que passou a tomar cuidados para não ser enganada e nem ter problemas ao fazer consórcio. "Antes de fechar o negócio procuro saber da idoneidade da empresa que está comercializando o consórcio, através da internet, conversa com amigos e para saber se o vendedor realmente trabalha na instituição, enfim".

O presidente da ABAC - instituição que desempenha papel essencial no aperfeiçoamento das normas e mecanismos do sistema, atuando como interlocutora do sistema de consórcios perante autoridades competentes e consorciados - orienta que uma das atitudes do consumidor, antes de se tornar um consorciado, deve ser a leitura do contrato, sem deixar de consultar o site do banco central (www.bcb.gov.br) ou da ABAC (www.abac.org.br) para verificar se a administradora está ou não autorizada a comercializar cotas.

É importante observar ainda se a propaganda da empresa e os comentários do vendedor sobre as vantagens e as características do consórcio também estão inseridas no contrato.

Além disso, não se deve acreditar em promessas verbais, pois as regras de participação no consórcio são bem claras. "Daí para frente, esclarecidas as dúvidas sobre seu funcionamento, o consorciado deverá participar ativamente das assembleias e acompanhar os relatórios encaminhados pelas administradoras", aconselha Paulo Rossi.

Região norte é a principal compradora

Nos estudos que apontaram 10,9% nas vendas internas de consórcios no país no setor de veículos leves, a maior parcela ocorreu na região Norte (14,28%), enquanto a Sul, com 12,11%, ocupou o segundo lugar.

Atualmente, ao lado das diversas alternativas, que viabilizam a compra de carros, motocicletas, caminhões, máquinas agrícolas, os consórcios dividem a preferência do consumidor. "Para os que têm como hábito planejar, fazer contas, comparar e ter um custo menor, o mecanismo de autofinanciamento é o ideal", diz o presidente da ABAC. "Para o setor industrial, esse mecanismo genuinamente nacional, que completará 50 anos em 2012, permite a programação da produção a médio e longo prazos, além de garantir o nível de atividade econômica. Como a contemplação de participantes acontece ao longo da duração dos grupos, o Sistema de Consórcios assegura a continuidade das vendas e, desta forma, participa de forma decisiva da cadeia produtiva", completa.

Sem juros, planos se tornam atrativos

Atualmente, o mercado paraense apresenta prazos variados de consórcio, envolvendo diversos valores e taxas administrativas de 14% a 25%, aplicadas de acordo com o prazo total do plano. Confira outras vantagens!

Publicado em: | Atualizado em: 23/05/2018