Modalidade que já foi muito utilizada no País, o consórcio de veículos volta a ganhar força, mesmo em tempos em que há grande disponibilidade de crédito.
O último levantamento da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) mostra que abril registrou movimentação de R$ 6,3 bilhões em quotas de automóveis, picapes e utilitários, crescimento de 57,5% sobre R$ 4 bilhões contabilizados no mesmo período do ano passado.
Segundo a entidade, a adesão somava em abril 3,2 milhões de consorciados no Brasil contra 3 milhões no mesmo período do ano passado. De acordo com os dados da Abac, 50% das quotas comercializadas no Brasil são referentes a veículos cujo preço está na faixa dos R$ 25 mil. "É a forma mais racional para se comprar o primeiro automóvel zero-quilômetro", afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.
De acordo com Rossi, a inexistência de juros, o parcelamento integral do valor do bem desejado e a formação de patrimônio são características dos consórcios que têm feito a diferença nas decisões das várias classes sociais, especialmente na C, cuja evolução tem sido maior no consumo de bens duráveis como a casa própria ou o carro zero.
Para o dirigente, o crescimento do consórcio no País reflete o amadurecimento do consumidor, que tem preferido esperar pelo bem em vez de assumir financiamentos no mercado com juros altos, que aumentam o risco da inadimplência. "Usando mais a razão e menos a emoção, o consumidor tem feito contas e comparações. Com os pés no chão e considerando a necessidade de ter ou não de ter o veículo, o consórcio tem sido a forma planejada e mais econômica de comprar", afirmou.
Para ele, a manutenção do emprego e consequente crescimento da economia também embalam o setor, que teve seu pico em períodos em que o Brasil sofria com inflação alta. "Desejamos é que a economia mantenha ritmo forte, com oportunidades e segurança no emprego para o trabalhador e sem mudanças no cenário internacional."