Classes C e D puxam crédito por consórcio no primeiro semestre

Classes C e D puxam crédito por consórcio no primeiro semestre

A entrada de novos consorciados no primeiro semestre deste ano superou a marca de um milhão (1,02 milhão), 10,1% mais que o mesmo período em 2009, revelou nesta terça-feira a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).

Diversos fatores contribuíram para esse crescimento como a inexistência de juros, as novas modalidades de utilização do FGTS no consórcio de imóveis, a maior presença das classes C e D, o planejamento do consumidor, seu questionamento sobre a necessidade imediata ou não da aquisição do bem - explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.

Pesquisa recente feita pelo Instituto Data Popular revelou que, pela primeira vez neste ano, a massa de renda das famílias da classe D vai ultrapassar a da classe B. Em 2010, as famílias com ganho mensal entre R$ 511 e R$ 1.530 têm para gastar com produtos e serviços R$ 381,2 bilhões ou 28% da massa total de rendimentos de R$ 1,38 trilhão. Enquanto isso, a classe B vai ter R$ 329,5 bilhões (24%). A classe B tem renda entre R$ 5.101 e R$ 10.200. O maior potencial de compras, no entanto, continua no bolso da classe C: R$ 427,6 bilhões.

Segundo a Abac, a mudança de comportamento do brasileiro tem transformado parte de seu salário em consórcio, uma poupança carimbada e com objetivo determinado. - Essas atitudes confirmam o sistema como a melhor alternativa em constituir ou ampliar o patrimônio pessoal ou familiar, melhorar a qualidade de vida, deixando de lado a compra por impulso, aquela que por vezes somente o valor da parcela dentro do bolso era considerada - segundo Rossi. De acordo com ele, o valor médio de uma cota de automóvel que era em junho do ano passado de R$ 27.700,00; hoje, chega aos R$ 39.700,00, uma diferença superior a 40%.

A segurança no emprego em uma economia aquecida também é apontada pela Abac como razão para o aumento no interesse pelos consórcios. Nos seis primeiros meses do ano, os dados do Sistema de Consórcios registraram um crescimento no número de participantes que atingiu 3,88 milhões, 6% maior que os 3,66 milhões contabilizados há um ano.

As contemplações, momentos em que os consorciados podem utilizar os créditos para aquisição de bens ou serviços totalizaram 477,6 mil, no primeiro semestre, 2,5% maior que as 465,8 mil ocorridas nos mesmos seis meses de um ano antes.

Segundo Rossi, no mês de junho de 2009, o consumidor buscava uma cota de consórcio de eletroeletrônico no valor médio de pouco mais de R$ 1.500,00. Um ano depois, a procura é por cota média de quase R$ 3.700,00, com mais de 140% de diferença.  -Seja na ampliação dos negócios, seja no crescimento do valor médio da cota, a procura pelo mecanismo mostra-se cada vez mais presente na vida do brasileiro -afirma.

 

Publicado em: