Será que o carro que eu vou comprar vai perder muito valor na hora da revenda? A questão é prioritária para grande parte dos compradores de carro zero. Com razão: como qualquer outro produto de consumo, o carro perde o valor conforme o uso, mas quanto menos perder, melhor. Tanto que o valor de revenda é um dos atributos mais requeridos na hora da compra.
Claro que existem outros atributos valorizados pelo consumidor: beleza, tecnologia, conforto, equipamentos etc., mas se o valor da revenda é prioridade na sua decisão, a melhor compra será um Chevrolet Celta.
O carro da GM é o que menos perde valor depois de um ano de uso, conforme o índice AutoInforme/Molicar sobre depreciação de veículos. O estudo levou em conta a variação de preço nos últimos doze meses de 488 versões de carros e comerciais leves, considerando as opções de carroceria, motorização e acabamento, incluindo também os importados pelas montadoras instaladas no Brasil, mais os coreanos Hyundai e Kia.
O estudo revelou que, na média, o carro brasileiro perde 15,1% do preço após um ano de uso. Mas apenas quatro segmentos perdem menos do que isso: o de picapes pequenas (-13,1%), hatch pequeno (-13,7%), sedã pequeno (-14,1%) e jipe (-14,8%).
Os demais depreciam acima de 15,1% após um ano de uso. Os que mais perdem são os sedãs grandes (-20,9%) e as peruas grandes, que depreciam 21,2% um ano após a compra.
São duas as versões do Celta menos depreciadas, a Life 1.0 VHCE 8v flex quatro portas e a Spirit 1.0 VHCE flex 4 portas. Ambas perdem apenas 10,3% do preço depois de um ano de uso.
Logo em seguida, aparecem duas versões do Palio: o Fire 4 portas, que perde 10,7% em um ano, e o Fire duas portas (-10,9%). O Mille 4 portas (- 11%) e o Mille duas portas (-11,3%) completam a lista dos menos depreciados do mercado brasileiro.
O Celta tem mais duas versões (Life e Spirit duas portas) entre os dez carros menos depreciados. Completam a lista dos dez mais (na verdade doze, porque há triplo empate na décima posição), o Palio ELX, o Mille Way, o Gol G5 4 portas e a picape Strada cabine dupla Working, todos com 12% de depreciação.
Com exceção da picape Strada, os demais carros com melhor desempenho no aspecto financeiro são hatch pequenos, a categoria mais vendida no Brasil e onde existem maior opções de compra. Normalmente esse segmento é o menos depreciado, mas neste ano foi o segmento das picapes pequenas que menos perdeu: somados todos os modelos, o segmento teve uma depreciação de apenas 13,1%, isso graças ao bom desempenho da Strada, de longe a menos depreciada entre as picapes derivadas de carros. O segmento dos hatchs pequenos teve uma depreciação de 13,7%.
Somente na décima e décima segunda posições é que aparecem dois carros de outras categorias: vigésimo colocado, o Fit, da Honda, na versão LX-AT 1.4, perdeu apenas 12,5% em doze meses, mesmo percentual do Ecosport, XLT Freestyle 1.6 vigésimo primeiro.
A lista é longa e mostra que os carros grandes importados são os que mais sofrem a depreciação. Os 25 carros mais depreciados são na sua maioria sedãs grandes, peruas e utilitários esportivos, todos importados.
Na última posição está a perua Passat Turbo 2.0 FSI. Depois de um ano de uso, o dono de um carro desses vai perder nada menos que 25,1% do valor pago por ele quando zero quilômetro.
Outros quatro carros perdem acima de 24% após um ano de uso: o Tiguan perdeu 25% (talvez em razão da mudança de preço sofrida no início do ano), o Omega 24,5%, o Passat 24,4% e o Carnival 24,1%. Essas são as piores opções de compra do ponto de vista financeiro.