Consórcio contempla mais de 900 mil nos 9 primeiros meses

Balanço da Associação Brasileira de Consórcios (Abac) mostra que nos nove primeiros meses de 2012 o número de contemplações de cartas de crédito ultrapassou os 900 mil. O mesmo balanço mostra que as contemplações são responsáveis por 12,9% dos negócios fechados no mercado interno de veículos leves, e, no de motocicletas, esse percentual chega a 43,6%. No setor imobiliário, entre janeiro e junho deste ano, um em cada sete imóveis são negociados (14,4%).
 
De acordo com a assessoria de imprensa da Abac, em setembro de 2012 somavam 5.07 milhões o número de brasileiros que integram grupos de consórcio. Esse número é 10,9% maior que o observado em 2011. Foram comercializadas 1,87 milhão de novas cotas.
 
"Ao longo dos anos, participar do Sistema tem sido bom para a economia nacional e ainda melhor para o consumidor", explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. "A adesão de um consumidor a um grupo significa a venda futura de um bem. Provoca planejamento para sua produção, além da sua comercialização. Portanto, cada nova venda de cota projeta mais um produto a ser fabricado e a ser vendido", explica.
 
A soma das contemplações chegou a 911,5 mil (jan-set/2012), 13,2% mais que as 805,1 mil (jan-set/2011) de um ano antes. Com uma média mensal de 101,3 mil este ano, superior às 89,5 mil do ano passado, o consórcio assegura o nível do processo produtivo à medida que os consorciados são contemplados e habituam-se à cultura de poupança com objetivo definido, dispensando dinheiro público visto que a modalidade é de autofinanciamento.
 
Para o consumidor, o Sistema estimula o planejamento financeiro e a disciplina no orçamento doméstico. Promove a inclusão de todas as classes sociais no mercado de consumo, conferindo oportunidade para a aquisição de bens e de serviços de toda natureza a custos mais baixos, em razão da variedade de planos, prazos e créditos, adequados aos orçamentos pessoais ou empresariais, oferecidos pelas administradoras de consórcios independentes ou ligadas a fabricantes, ao sistema financeiro, a empresas públicas, à rede varejista, às seguradoras e às cooperativas.
 
Uso de FGTS
Outro fator importante é a possibilidade de uso de recursos do FGTS para oferta de lance e consequente antecipação da contemplação ou ainda complemento da carta de crédito, seja para a aquisição de imóvel pronto ou em construção. Após a contemplação, seu uso pode ainda ser destinado para amortização ou liquidação de saldo devedor ou mesmo para pagamento de parte das prestações.
 
No período de janeiro a setembro deste ano, as operações feitas por 3.453 trabalhadores-consorciados de imóveis somaram R$ 85,2 milhões. Desse total, a maior parcela, R$ 47,8 milhões, foi utilizada como lance e complemento da carta de crédito. Os restantes R$ 37,4 milhões foram para amortização de saldo devedor e pagamento de parte das parcelas.
 
"O FGTS tem sido importante nos consórcios de imóveis", esclarece Rossi. "O trabalhador-consorciado tem destinado valores disponíveis em suas contas, consideradas as regras da Caixa Econômica Federal (Operadora do Fundo), para adiantamento de parcelas como lance visando a concretização da contemplação. Também têm sido empregados como complemento para compra de imóvel de maior valor ou, durante a duração do grupo, para quitação parcial ou total de prestações vincendas. Uma vantagem ou diferencial que o trabalhador tem lançado mão para compra da sua casa própria".
 
Histórico do sistema
Criado há cinco décadas, o Sistema de Consórcios surgiu em setembro de 1962 com os primeiros grupos de participantes, cujas características eram semelhantes as dos atuais. Desde o início, angariou grande popularidade, o que atraiu o interesse das montadoras de veículos daquela época que iniciavam suas atividades no país. Elas viam nesse mecanismo, um instrumento eficiente para a consolidação do setor. A Willys-Overland, fabricante do Aero-Willys e do Jeep, chegou a ter mais de 55 mil consorciados, em 1967.

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