Segundo especialistas o bombardeamento de propagandas sobre facilidades em financiar um carro, está levando o brasileiro a optar por financiamentos, sem calcular as altas taxas de juros que irá pagar para adquirir um automóvel.
Há diversas formas de compar um carro, à vista, leasing, financiamento ou o consórcio de automóveis. Porém, por falta de uma cultura de poupar e planejar, o brasileiro recorre ao crédito rápido e dito fácil, sem atentar para os futuros prejuízos e dívidas que irá contrair.
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O prazo de financiamento de um carro popular pode chegar até 80 meses no Brasil. Segundo o especialista em finanças e desenvolvimento pessoal do Moneyfit, Antonio De Julio, as pessoas precisam ter mais cuidados quando o assunto é um financiamento de um carro a longo prazo.
Segundo ele, é preciso fazer as contas de quanto o veículo vai custar no final do plano, gastos com impostos, taxa de juros e seguro. É preciso avaliar e não comprar somente pelo fato da parcela ser bem menor que o salário ou pela possibilidade do desconto de 50% nas primeiras 12 parcelas.
Dicas para comprar um carro sem riscos de endividamento - Antonio de Julio explica que um carro popular deve ser adquirido com o menor número de parcelas. O comprador pode começar com um carro usado mais simples e fazer uma poupança ou um consórcio de automóveis, para quem sabe até negociar à vista o próximo carro.
Poucas pessoas sabem que um veículo "zero" desvaloriza cerca de 20% no seu primeiro ano de uso. Para ele, ter uma reserva financeira, agir com "humildade" perante o seu salário e planejar a compra é um caminho mais seguro.
Antonio de Julio alerta que as pessoas estão comprando esse tipo de bem sem saber o que estão fazendo, indo na onda das promoções e estão gastando "no limite" de seus salários. E quando não conseguem pagar recorrem ao cheque especial ou à empréstimo pessoal, que tiveram acréscimos nas taxas de juros neste mês, pela terceira vez consecutiva, segundo a pesquisa mensal de taxas de juros do Procon-SP.
O especialista em finanças também explica que quando se gasta demais, por exemplo, com a compra de um carro sem planejamento, as contas básicas do dia a dia também podem ser prejudicadas e isso resulta no endividamento das famílias.
Segundo pesquisa da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), o grau de endividamento das famílias paulistanas atingiu a maior proporção dos últimos 12 meses, chegando a 52% em julho, contra 42% em junho.