Consórcios crescem mais de 30% e negociam R$ 33 bilhões

Consórcios crescem mais de 30% e negociam R$ 33 bilhões

De janeiro a julho, os negócios do Sistema de Consórcios somaram mais de R$ 33,8 bilhões, 33,1% mais que os R$ 25,4 bilhões acumulados nos sete primeiros meses do ano passado, segundo os dados da assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.

“A justificativa”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da entidade, “está na relação custo/benefício existente entre uma compra de um automóvel, imóvel, eletroeletrônico ou serviço feita pelo consórcio em relação àquelas realizadas por outros mecanismos de compra parcelada. As vantagens estão na inexistência de juros e no parcelamento integral”.

O setor de veículos leves (automóveis, utilitários e camionetas) registrou uma alta de 50%. Enquanto no ano passado, o volume atingiu R$ 7,8 bilhões (jan-jul/2009), neste o total superou os R$ 11,7 bilhões. Nos imóveis, a relação nos mesmos meses, a alta foi de 23,2%, subindo de R$ 9,5 bilhões (jan-jul/2009) para R$ 11,7bilhões (janjul/ 2010).

A mudança de comportamento dos consorciados de eletroeletrônicos e outros bens móveis, ao deixar de adquirir uma cota de um eletrodoméstico passando a aderir cotas de maior valor, provocou um aumento dos negócios em 105,9%. Enquanto no acumulado de janeiro a julho de 2009, a soma chegava aos R$ 91,4 milhões, neste ano, no mesmo período, o total ultrapassou R$ 188,2 milhões. O valor médio da cota, que, em julho do ano passado era de R$ 1.666,00, evoluiu 113,9% e chegou aos R$ 3.563,00 (julho/2010).

Os consórcios de serviços também mostraram crescimento. Ao triplicar o volume de novos negócios, saltando de R$ 6,3 milhões (jan-jul/2009) para R$ 19,2 milhões (jan-jul/2010), confirma a maior procura pelo mais novo produtodo Sistema. “Neste ano, os consórcios têm apresentado resultados significativos, acompanhando o desempenho econômico do país e apoiando-se na segurança que os consumidores têm em seus empregos”, diz Rossi.

“Entre os fatores que podemos destacar para esse crescimento nas vendas globais de novas cotas estão o aumento médio dos veículos leves novos ter sido inferior à inflação, e as amortizações e liquidações com aproveitamento de saldos do FGTS feitas por mais de 2,1 mil consorciados/trabalhadores atingirem mais de R$ 35,3 milhões, nos imóveis, até 31 de agosto. Também a maior valorização individual das adesões aos grupos de eletros e aumento no número das participações de serviços contribuíram para essa evolução”, completa.

Pesquisa realizada pela Quorum Brasil revelou que o consórcio ocupa o terceiro lugar entre as formas de investimentos preferidas pelo brasileiro da classe C, cuja renda mensal familiar varia de R$ 1.500,00 e R$ 2.000,00. Em quatrocentas entrevistas feitas com homens e mulheres, na faixa etária entre 25 e 50 anos na cidade de São Paulo, o consórcio foi apontado por 14% como um investimento interessante, ficando atrás da caderneta de poupança com 69% e imóvel com 54%.

As respostas múltiplas estimuladas por cartão com seis opções, que incluíram ainda os fundos de investimentos, as ações e a previdência privada, registraram também o consórcio como o terceiro investimento mais adequado para o padrão de renda da classe C. Novamente, a modalidade consorcial, que obteve 7% das indicações, ficou depois da poupança com 56% e do imóvel com 26%.

Outro aspecto mostrado na pesquisa foi os 40% de entrevistados que informaram não realizar nenhum investimento. Para Rossi, esse percentual reflete a ausência do hábito e da disciplina no poupar. “Quando lembramos que há mais de 27 milhões de cadernetas inativas com saldo inferior a R$ 20,00, com mais de seis meses, entendemos a razão do crescimento do consórcio. Ao aderir a um grupo, o consorciado o poupador tem o compromisso de pagamento das parcelas e sabe que só assim poderá atingir sua meta, construir seu patrimônio”, finalizou.

Publicado em: