Consórcios devem crescer 7% neste ano

A acomodação observada no mercado de consórcios de imóveis em 2012 não deve se repetir este ano. Essa é a expectativa de Paulo Roberto Rossi, presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). “A variação no preço dos imóveis entre 2009 e 2011 assustou os interessados, que passaram a acompanhar atentamente essa evolução. Já começamos a ver acomodação de preço em 2012, o que deve reaquecer o segmento este ano”, afirma.
 
Para o sistema como um todo – que considera consórcio de imóveis, veículos leves, veículos pesados, motocicletas e motonetas, máquinas agrícolas, eletroeletrônicos e de serviços – a expectativa é de crescimento em 7% este ano quando comparado ao registrado no ano passado. “O ano passado foi particularmente positivo para o mercado de consórcios e esperamos o mesmo para este ano”, diz.
 
Só a venda de novas cotas de consórcios de imóveis destoou, recuando 12,3% entre janeiro e outubro de 2012, quando comparado a igual período do ano anterior, totalizando 160,5 mil novas cotas. “A retomada das vendas de cotas vem acontecendo de forma gradativa, com as administradoras ampliando os valores dos créditos, que hoje já chegam a R$ 1 milhão”, completa. Já o número de consorciados que tiveram a oportunidade de comprar seu bem avançou apenas 1,8% em 2012 ante o ano anterior, somando 61,6 mil ao final de outubro.
 
Se o desempenho do segmento de imóveis ficou aquém do projetado, o de veículos automotores foi o destaque do período. De janeiro a outubro, o número de participantes nesse segmento atingiu a marca de 4,36 milhões, crescimento de 11,8% quando comparado a igual período de 2011. Já as contemplações totalizaram 929,4 mil, avanço de 14,8% ante janeiro a outubro de 2011.
 
“Muitos consumidores podem ter encontrado restrição de crédito ao tentarem adquirir um veículo e acabaram optando pelo consórcio”, diz Rossi, que ainda completa que a redução do Imposto sob Produto Industrializado (IPI), vigente durante 2012, e sua prorrogação para março deste ano, pouco impacta o segmento. “A redução do IPI ajuda aos consorciados que já foram contemplados. Já para os interessados em ingressar em um grupo só por conta do incentivo fiscal não vale a pena”, pondera.
 
Em número de participantes, o segmento de veículos responde por 85% do mercado de consórcio. É o maior segmento, até porque deu o pontapé inicial ao mercado.
 
Ainda segundo Rossi, foi observado avanço não apenas nos resultados, mas também no comportamento do consumidor, que vem se conscientizando sobre a necessidade de consumir de forma responsável e entendendo a importância da educação financeira. “Isso tem possibilitado um crescimento sustentável para os diversos elos da cadeia, considerando o impulso dado pelo sistema de consórcios, um mecanismo genuinamente nacional”.
 
 

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