Economista mostra qual a melhor opção para comprar veículos novos

Consórcio e financiamento são as alternativas que mais atraem clientes.

Antes de assinar contrato, é preciso analisar o perfil financeiro da família.

Em tempos de taxas de juros elevadas, o consórcio ganhou espaço. Nos primeiros três meses do ano, foram comercializadas no Brasil mais de 360 mil cotas de consórcio de motocicletas, o que representa 19,7 % a mais do que no mesmo período de 2010.

Em uma loja de Campo Grande, mais de 2 mil clientes esperam por uma contemplação. "Em torno de 35% a 40% a gente entrega motocicleta no sistema de consórcio", diz o gerente de vendas José Augusto Nachif.

Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio revelam recorde histórico no setor que inclui também automóveis, utilitários e camionetas. No acumulado do trimestre a soma atingiu 198,8 mil cotas, ou 54% a mais do que no igual período do ano passado. A procura maior é pelos carros leves, mais populares.

O consórcio é um meio de poupar, estimula a educação financeira e a disciplina do orçamento doméstico. O consumidor que adere a essa forma de pagamento tem a chance de realizar um sonho com um custo mais baixo. Mas, antes de assinar o contrato, é preciso analisar se essa opção atende o perfil da família.

"Claro que tem ponto negativo, o fato de você não poder levar o bem na hora. Mas se você não está precisando no momento e não tem o dinheiro para dar o lance, o consorcio é melhor do que a financeira”, diz a economista Mara Godin.

Se o comprador tiver pressa, vai ter de comprar à vista ou financiado. E parece que a maioria ainda tem muita pressa na hora de adquirir um carro novo. Em outra concessionária de Campo Grande, 80% dos veículos são vendidos por meio de financiamento. "O consórcio tem uma procura menor pela conta do cliente sempre chegar com a intenção de sair com o carro novo de imediato", diz o gerente de vendas Célio Roberto.

Fazendo as contas
A economista analisou qual a compra mais vantajosa: financiamento ou consórcio. Como exemplo ela usou um carro popular no valor de R$ 22.869,00 e uma motocicleta de 125 cilindradas que custa R$ 5.713,00. Os cálculos foram feitos sem valor de entrada.

Como as concessionárias usam taxas de vários bancos, a economista utilizou uma taxa média de 2,11% ao mês ou 29% ao ano. No financiamento de 60 vezes de R$ 662,00, o carro vai custar no fim R$ 39.720,00, ou seja, serão pagos mais de R$ 16,8 mil de juros.

No consórcio, a loja trabalha com taxas médias de administração de 0,56% ao mês ou 6,93% ao ano. No prazo de 60 meses, pagando uma parcela de R$ 447,09 o carro sai por R$ 26.825,00, ou seja, R$ 3,9 mil serão pagos em taxas.

Para a motocicleta, a mesma lógica. No financiamento, a taxa de juros será de 3,87% ao mês ou 58% ao ano. Financiada em 48 meses, a parcela será de R$ 253,76 e o total, R$ 12.144,00. Mais que o dobro do valor à vista.

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