Fatia dos consórcios nas vendas de veículos cresce 42%

No Ceará, a participação da modalidade na comercialização de carros passou de 10,7% para 15,2%. Confira todos os dados!

No Ceará, a participação da modalidade na comercialização de carros passou de 10,7% para 15,2%

Em três anos, o Ceará registrou um crescimento de 42% na participação dos consórcios nas vendas de automóveis. Passou de 10,7%, em 2009, para 15,2% em 2011, no entanto, abaixo d a média nacional. Neste período, o índice subiu 51,3% no País, saltando de 7,8% para 11,8%. Estes aumentos ocorreram nos primeiros anos de mudanças na lei de consórcios, que entraram em vigor em 6 de fevereiro de 2009.
 
Para a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio), o sistema de consórcio vem sendo escolhido como mecanismo para formação patrimonial e pela busca de melhor qualidade de vida. "A nova postura do consumidor brasileiro, adotada pela classe C, somada à crescente participação feminina e dos jovens em todo o País, descentralizou o consumo e fez com que, ao planejar seus objetivos, escolhessem os consórcios para aquisição de bens e serviços na forma mais econômica, simples e objetiva disponível", explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.
 
Por região
 
No Centro-oeste, o crescimento foi maior: 78,8%, partindo de 6,6% em 2009, para 11,8% em 2011. O segundo melhor desempenho foi registrado no Nordeste, com 70,2%, seguido pelo Sudeste com 58,0%. Depois vieram as regiões Norte com 41,1% e a Sul, aonde a evolução chegou aos 21,0%. Ao analisar individualmente cada estado da federação, nota-se que, entre aqueles que estiveram acima da média nacional (11,8%) e apontaram maior crescimento, de 2009 a 2011, estão cinco estados nordestinos, seguidos por quatro do norte, três do centro-oeste e dois do sul. A Bahia, líder nessa tabela, registrou alta de 84,2%, subindo de 11,4% (2009) para 21,0% (2011). Os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, além do Distrito Federal, apresentaram uma alta acima de 100%, mais que o dobro. Nenhum estado apontou retração.
 
Destaques no Nordeste
 
No Rio Grande do Norte houve aumento de 123,4% naqueles três anos. Em 2009, registrava-se participação de 6,4%, enquanto em 2011, era de 14,3%. Em Pernambuco, também no Mordeste, região de maior crescimento, a evolução foi de 105%. A presença subiu de 4,0% (2009) para 8,2% (2011).
 
O percentual do Distrito Federal cresceu 108,6%. Enquanto em 2009 era de 3,5%, em 2011, 7,3%. "Os números mostram que o brasileiro, sentindo-se seguro em seu emprego e com renda em alta, esteja onde estiver no País, está cada vez mais atento aos seus gastos e investimentos", diz Rossi. "Vem aderindo aos consórcios em razão de seus baixos custos e por entender que sua semelhança à poupança, porém com objetivo definido, o disciplina para aquisição de bens e serviços, tendo como objetivo maior a formação de patrimônio pessoal, familiar ou empresarial", complementa Rossi.
 
Incremento
 
No primeiro bimestre deste ano, o total de participantes ativos registrado em fevereiro, 4,78 milhões, ficou 12,5% acima dos 4,25 milhões contabilizados em igual período há um ano.
 
Também o acumulado de contemplações manteve-se em alta, 12,6%, subindo de 176,5 mil no primeiro bimestre do ano passado para 198,8 mil em igual período de 2012.
 
FIQUE POR DENTRO
 
Como surgiu o sistema de consórcios
 
Criados há 50 anos, os consórcios surgiram em setembro de 1962 com os primeiros grupos de participantes, cujas características eram semelhantes aos dos atuais. Desde o início, angariaram grande popularidade, o que atraiu o interesse das montadoras de veículos daquela época que iniciavam suas atividades no país. Elas viam nesse mecanismo instrumento eficiente para a consolidação do setor. A Willys-Overland, fabricante do Aero-Willys e do Jeep, chegou a ter mais de 55 mil consorciados, em 1967. Os consórcios foram, certamente, responsáveis pela viabilização da indústria automobilística, em razão da inexistência de linhas de crédito para os consumidores interessados.

Publicado em: | Atualizado em: 23/05/2018