Financiamento de Imóveis: 1,6 mil mutuários brigam para reduzir dívida

Financiamento Imobiliário: 1,6 mil mutuários brigam para reduzir dívida da casa própria

A quitação da casa própria ainda continua sendo dor-de-cabeça para muitos mutuários. Isso porque, depois do pagamento de todas as parcelas do contrato de financiamento, o comprador descobre que ainda existe saldo devedor que vai lhe deixar meses com prestação.

A solução pode estar com a Animei (Associação Nacional dos Inadimplentes Mutuários). Atuando na área de habitação desde 1999, já intermediou mais de 3.000 ações judiciais, das quais, em 1.800 obteve êxito. Atualmente, a associação mantém 1.600 processos. Por mês, de 10 a 12 ações são liquidadas, embora de 10 a 15 pedidos cheguem em igual período.

De acordo com o presidente da Animei, Paulo Hamilton Silva, a legislação do Sistema Financeiro de Habitação sofre mudanças periódicas, algumas vêm para ajudar, outras são paliativos que na maioria das vezes, não beneficia o mutuário. "É verdade que há um avanço devido às sentenças judiciais, mas é algo muito lento".
Ele lembrou que "oferecer uma moradia digna para a população é uma obrigação do governo. É o que se propõe, por exemplo, o programa Minha Casa Minha Vida, até porque casa é uma finalidade social".

Silva ressaltou um ponto que o mutuário não fica atento, que o dinheiro utilizado para os financiamentos da casa própria é do trabalhador. Os agentes aplicam os recursos e ainda querem ter lucros exorbitantes.

Paulo Hamilton reconhece que de uns cinco anos para cá, as condições para se manter um imóvel financiado melhoraram muito. Mas buscar a Justiça é ainda é uma opção que pode levar de 15 a 18 anos para um veredicto final. Para solicitar a intermediação da Animei, a pessoa não precisa ser associada. É cobrada uma taxa que gira em torno de R$ 30, dependendo da complexidade do problema. "Todo aquele que tem financiamento, tanto de casa própria, como de veículos, motos com cobrança de prestações abusivas, pode nos procurar. Fazemos uma revisão no contrato e se tiver errado, geralmente está, nós conseguimos abater o valor do débite", explica Paulo Hamilton.

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