Juros dos financiamentos imobiliários do Brasil estão entre os mais altos do mundo!

Juros dos financiamentos imobiliários do Brasil estão entre os mais altos do mundo!

Assim como ocorre no mercado de crédito em geral, o spread e as taxas de juros dos financiamentos imobiliários do Brasil estão entre os mais altos do mundo.

Spread é a diferença entre a taxa que a instituição financeira paga ao captar o dinheiro e a que cobra ao repassá-lo para o cliente.

As duas conclusões fazem parte de um estudo da consultoria ATKearney, feito a pedido do Estado. É o primeiro levantamento do gênero realizado desde que as concessões desses empréstimos dispararam no País.

A pesquisa compara a situação em cinco nações: além do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Rússia e Chile. Aqui, o spread médio no segmento imobiliário é de 5,05 pontos porcentuais ao ano, ante 3,1 na Rússia, 4,8 nos EUA, 3 pontos no Chile e 2,2 na Espanha. No caso do juro, os resultados foram de, respectivamente, 11,3%, 14,5%, 5%, 4,9% e 3,4%.

Neste ano houve um crescimento nas negociações por causa da estabilização da economia, que permite prever o cenário para os anos seguintes com mais confiabilidade, o que estimula tanto o tomador quanto o credor a fazer mais operações. Porém, essa euforia do consumidor acaba acarretando a inadimplência e com isso o banco pode retomar com mais facilidade o bem imóvel do devedor.

Coordenadora do levantamento, a vice-presidente da ATKearney, Silvana Machado, atribui o spread e os juros elevados a três razões. A primeira delas é que, apesar da alienação fiduciária, a maioria dos empréstimos imobiliários concedidos no Brasil está no âmbito das normas antigas, que exigem medidas trabalhosas para a retomada do bem. “A taxa de inadimplência sobe e o juro também.”

A segunda razão é a baixa competição no setor. “O crédito imobiliário é novo no Brasil, coisa de cinco anos para cá”, diz Silvana.

O terceiro fator, segundo ela, é a limitação de funding (dinheiro disponível para as operações). “Aqui, temos basicamente os recursos do Fundo de Garantia e da poupança. Não há outros instrumentos, como no exterior”, diz, referindo-se, por exemplo, à securitização, que permite que carteiras de crédito sejam vendidas para investidores no mercado.

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