O Setor de Consórcios deve movimentar R$60 bilhões em vendas de cotas esse ano

O Setor de Consórcios deve movimentar R$60 bilhões em vendas de cotas esse ano

Acompanhando o boom do setor imobiliário nacional, as administradoras de consórcios do país, que historicamente tinham mais de 90% dos negócios vinculados ao segmento automotivo, hoje já têm metade da carteira vinculada a consórcios de imóveis. A informação é do vice-presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), Fabiano Lopes Ferreira.

"Nos últimos anos, ao mesmo tempo em que houve um crescimento expressivo da participação do segmento imobiliário nos negócios das administradoras de consórcios, houve uma retração da fatia atrelada ao setor automotivo em função da forte concorrência com a grande oferta de financiamentos", explicou Ferreira.

No consórcio de imóveis, outro fator que alavancou as vendas, na avaliação de do vice-presidente da Abac, foi a aprovação do uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para complementar o valor da carta de crédito, pagar parte das parcelas ou amortizar as cotas. Desde 2002, o FGTS era permitido apenas para dar lance nos sorteios mensais.

Em 2009, o Banco Central, ao criar uma lei para regulamentar o setor, permitiu o uso para outros fins. Neste ano, o Conselho Curador do fundo regulou a utilização, limitada a imóveis de até R$ 500 mil. Desde fevereiro deste ano é possível usar o FGTS para financiamento de imóveis até este valor.

Na análise do vice-presidente da Abac, desde que a Lei nº 11.795, de outubro de 2008, que dispõe sobre o sistema de consórcio, entrou em vigor, em fevereiro de 2009, as empresas do segmento ganharam maior estabilidade jurídica. "Essa lei trouxe segurança para as administradoras de consórcios, para o consumidor e para o órgão fiscalizador, o que também colaborou para o aumento da demanda", disse.

Além disso, após um período de crescimento modesto, o segmento se aqueceu nos últimos anos, graças ao aumento do poder de compra das classes de menor renda, principalmente a classe C, e do boom no mercado imobiliário, verificado em todo o país.

A projeção da Abac é que o setor de consórcios nacional deve movimentar R$ 60 bilhões em vendas de cotas neste ano, o que, se confirmado, consolidaria uma expansão de 25% na comparação com 2009. As empresas do segmento em Minas Gerais, segundo Ferreira, devem acompanhar a tendência de crescimento projetada em nível brasileiro e registrar um faturamento da ordem de R$ 6 bilhões em 2010.

De acordo com as informações do vice-presidente da Abac, o Brasil, que já chegou a ter 525 administradoras de consórcios, hoje possui aproximadamente 225 empresas do setor. O Estado responde de 10% a 12% deste número, o correspondente a cerca de 25 empresas.

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