Pesquisa mostra perfil de quem adquire bens e serviços

A quarta pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac),  por  intermédio  da  Quorum  Brasil,  revelou que  brasileiro  está  mais consciente quando  pretende  adquirir  bens ou  serviços,  decidindo,  em  razão  de  sua  necessidade, pelo  consórcio.  O  mecanismo,  que  é  uma  forma  de  poupança  planejada,  com  custos menores e com objetivo de compra definido, tem sido utilizado para realização de sonhos de  consumo  como  imóvel  -  para  residência  própria,  lazer  ou  investimento;  veículo automotor-  automóvel,  motocicleta,  caminhão,  máquina  agrícola;  eletroeletrônico  ou serviço, possibilitando a formação de patrimônio pessoal, familiar ou empresarial.

Com  projeção entre 7% e 9% para crescimento nas vendas de novas cotas para neste ano,  a  associação  buscou,  nesse  estudo,  obter  um  cenário  de  participação  das classes sociais,  além  de gênero  e  faixas etárias mais presentes.  Foram  entrevistados mais de mil  consorciados,  sendo  51% contemplados e  49% não  contemplados,  nas cidades de São  Paulo,  Porto  Alegre,  Fortaleza,  Goiânia e  Belém,  além  de amostragem  de  clientes em potencial.

- O levantamento  registrou que  quase  90% dos participantes do  Sistema  entendem  o consórcio como um bem de futuro - explicou Paulo Roberto Rossi, presidente-executivo da Abac.

Paralelamente,  entre  os  potenciais  consorciados,  em respostas  múltiplas,  no  formato escala entre 1 e  10,  8,50 demonstraram  interesse em comprar  caminhão por  meio do  Sistema;  8,16  apontaram  a  motocicleta;  7,96  indicaram  imóveis;  7,92  optaram  pelo automóvel; 6,96 por eletroeletrônicos, enquanto 7,94 se manifestaram pelos serviços.

Quando comparados, os resultados de 2012 sobre os de 2006, ano da primeira pesquisa, constatou-se  aumento  de  108,3%  na  presença  da  Classe  C  no  setor  de  automóveis.

Enquanto  nos  consórcios  de  imóveis,  a  ampliação  foi de  62,5%,nos  de  motocicletas atingiu  42,9%  e  nos  de  eletroeletrônicos  o  acréscimo  foi  de  41,0%.  No  setor  de caminhões, registrou-se retração de 9,0%.

- A maior participação da Classe C, em quase todos os segmentos da economia, também foi expressiva nos consórcios, especialmente nos últimos seis anos. Ela só não foi maior em  razão  da  migração  de  parte  para  a  classe  B,  apesar  da  inclusão  de  muitos consumidores vindos da classe D - adiantou o presidente.

O levantamento apontou também  a crescente participação dos jovens de 20 e 29 anos nos  consórcios  em  três  dos  cinco  setores  de  bens  duráveis  analisados,  quando relacionados os percentuais de 2012 x 2006. A maior alta foi anotada nos de automóveis, com 140%. Nos imóveis, o aumento chegou a 50%, e nos eletroeletrônicos a diferença atingiu 46,7%. Apenas os setores de motocicletas e de caminhões mostraram retrações de 27,1% e 45,5%, respectivamente.

Dados  do  IBGE  confirmam  o  crescente  número  de  pessoas  que  passaram  a  morar sozinhas  nos  últimos  18  anos,  em  levantamento  sobre distribuição  dos  arranjos familiares.  Enquanto  em  1992 a  mulher  sozinha  representava  6,2%,  em  2009  atingiu 8,9%,  aumento  de  43.6%.  No  caso  masculino,  a  alta  registrada  chegou  a  38,9%, saltando de 5,4% (1992) para 7,5% (2009).

- Hoje, os jovens moram com conforto na casa de seus pais até decidirem sair para casarou morar sozinhos. Todavia, nenhum deles deseja, em um desses momentos, reduzir seu padrão  de  qualidade  de  vida.  Por  isso,  logo  que  podem  buscam,  por  meio  desse mecanismo, adquirir carro, imóvel e eletroeletrônicos, confirmando o crescimento de sua participação, ano após ano - esclareceu o presidente da Abac.

Outro aspecto importante destacado na recente pesquisa foi a presença feminina que, de 2006  para  2012,  foi  aumentando  gradativamente  chegando  a  155%  no  setor  de eletroeletrônicos.  Em  segundo  lugar,  o  setor  de  motocicletas  com  63,6%,  45,8%  em imóveis,  e 35,7% em  caminhões.  Entre os consorciados de automóveis,  a participação feminina retraiu-se em 6,8%.

Segundo  Rossi,  "a  mulher  economicamente  ativa  vem  ocupando  funções de  liderança como  diretoria,  gerência  ou  chefia  em  empresas e  organizações,  possibilitando  assim ganhos maiores, revertendo-os tanto para a diversidade de consumo como na qualidade de vida familiar, o que a tem levado a adquirir bens duráveis, por meio do Sistema".

Em  virtude  dos consórcios de  serviços terem  sido  autorizados somente  em  2009,  por ocasião  da  entrada  em  vigor  da  Lei  11.795,  a  comparação,  baseada  na  pesquisa  da Quorum Brasil, só pode ser feita na relação 2012 x 2010, diferentemente dos setores de bens, cuja relação incluiu quatro pesquisas em seis anos.

Neste  cenário,  a  participação  feminina  cresceu  20,4%  e  a  presença  dos  jovens  se ampliou em 22,7%, enquanto a Classe C mostrou queda de 54,2%, "possivelmente pela migração para a Classe B e da classe B para a A", pontuou Rossi.

Quando  questionados  sobre  "o  que  vem  à  sua  cabeça  quando  se  diz  a  palavra "consórcio"",  91% dos entrevistados fizeram  citações positivas em  2012,  46,8% maior que os 62% de citações feitas em 2006.

Entre as citações positivas mais freqüentes sobre o mecanismo em geral, as três que se destacaram foram "investimento a longo prazo" com 31%, "poupança a longo prazo" com 15% e "financiamento sem juros, mais barato" com 7%, somando 53% do total.

No  primeiro  quadrimestre  do  ano,  o  Sistema  de  Consórcios registrou alta  de  4,6% na venda de novas cotas. No acumulado de janeiro a abril deste ano foram vendidas 804,2 mil novas cotas, enquanto no mesmo período de 2010, o total atingiu 768,8 mil.

Os participantes ativos também apontaram elevação. Subiram de 4,30 milhões para 4,86 milhões, com alta de 13,0%. As contemplações acumuladas nos mesmos quatro meses somaram  396,6  mil  (jan-abr/2012),  14,0%  mais  que  as 347,9  mil  anteriores (jan-abr/2010).

 

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