Recorde na venda de consórcios

A venda de cotas de consórcios vem batendo recordes no Brasil. É cada vez mais variado o tipo de produto disponível no mercado através desta modalidade de compra. Mas é importante conhecer a legislação e alguns detalhes sobre os consórcios para não passar apuros ao optar por ela. Os consumidores precisam estar atentos às características específicas deste setor antes de fechar negócio, para não terem problemas posteriormente.

A principal dica para evitar dor de cabeça ao se comprar uma cota de consórcio é ler atentamente o contrato antes da assinatura. E tirar todas as possíveis dúvidas com a administradora, sem pressa para resolver tudo. "É importante não se deixar levar pela promessa do vendedor. O que vale para o consórcio é aquilo que está no contrato", afirma o presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (ABAC), Paulo Roberto Rossi.

Os cuidados com a contratação de consórcio começam, na verdade, antes mesmo de procurar a administradora. O consumidor precisa saber se o modelo é a melhor opção para ele. O consórcio destaca-se por apresentar encargos menores que as taxas de financiamento praticadas pelo mercado no Brasil. Mas tem uma desvantagem: o consumidor só recebe o bem ou serviço quando for contemplado, seja por sorteio ou lance. Por isso, quem precisar do produto imediatamente deve procurar outras alternativas.

Se decidir mesmo pelo consórcio, o passo seguinte é a escolha da adminstradora, que é a empresa responsável por organizar o grupo e recolher as mensalidades. O Banco Central é o órgão que disciplina o setor e tem um cadastro das administradoras regularizadas. Contratar uma dessas empresas é uma garantia de que o cliente estará protegido caso algo dê errado. Outra fonte para conferir a confiabilidade da administradora é procurar o Procon para verificar se há queixas e qual a natureza delas.

Na hora da compra, o cliente deve questionar detalhes importantes como o número de pessoas envolvidas no grupo, o prazo de duração do consórcio, os seguros exigidos, as garantias aos contemplados, e o modo como uma possível inadimplência será tratada. Por lei, desde o início do ano passado, os inadimplentes têm direito a integrar os sorteios junto com os demais participantes, ou vender a cota para outra pessoa, desde que esta tenha o aval da administradora.

Acima de tudo, o participante precisa ter paciência. A engenheira civil Norma Lyra, 43 anos, adquiriu uma conta de consórcio para aquisição de um imóvel há seis anos, ainda não foi contemplada, mas não se arrepende. Por já possuir um imóvel, Norma está aguardando os sorteios para comprar o bem. "Já fiz alguns lances, e não tive sorte. Mas estou satisfeita, porque, quando fiz o consórcio, não tinha a cultura de juntar dinheiro. Foi bom para mim", disse ela, que fez um plano de 120 meses, dos quais já pagou 63.

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