Restrição a financiamentos provoca crescimento recorde de consórcios

Nos últimos quatro anos, aumentou a participação da classe C no segmento, mostra entidade do setor.

Aos 59 anos, o aposentado Ataide Kath dirige, desde este mês, seu primeiro carro novo. A compra só foi possível utilizando um consórcio, modalidade que acabou beneficiada por medidas do Banco Central (BC) que restringiram os financiamentos em dezembro.

Conforme a Associação Brasileira de Administradores de Consórcio (Abac), a forma de compra de bens teve crescimento recorde de 54,3% nos três primeiros meses do ano.

Vimos o retorno imediato. A maioria dos nossos clientes chega à área comercial com a proposta do financiamento, mas decide pelo consórcio — afirma o presidente regional da Abac para o Sul, Leonel Paulo Guimarães Souza.

Além de não ter urgência em dirigir o carro novo, o cliente de consórcio costuma pertencer a algum desses perfis: tem dificuldade para guardar dinheiro por conta própria — assim, vê a modalidade como uma forma de poupança — ou pensa em trocar o carro em longo prazo.

Cliente de consórcios de eletrodomésticos, o aposentado Ataide Kath, de Alvorada, se manteve fiel à modalidade quando decidiu investir em um carro novo, parcelado em 80 vezes no ano passado. Juntou a quantia da venda de seu carro ano 1995 — que já havia comprado usado —, a algumas economias.

Este mês, Kath deu lance de R$ 13,6 mil — o carro custa R$ 37,5 mil — e foi contemplado. Calcula já ter pago cerca de R$ 28 mil pelo carro. Assim, a prestação diminuiu de R$ 386 para R$ 208. Ao final, Kath terá pago cerca de R$ 42 mil.

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