Setor de consórcio tem marcas recordes

O sistema de consórcios ganhou impulso, alcançando marcas nunca antes alcançadas na história do setor.

O sistema de consórcios ganhou impulso neste ano, alcançando marcas nunca antes atingidas na história do setor. De janeiro a setembro, as empresas do segmento venderam 1,91 milhão de novas cotas, 23,2% mais que no mesmo período de 2010 e o número de participantes cresceu 10,3%. Atualmente, há 4,4 milhões de integrantes, ante os 3,99 milhões há 12 meses. E o volume de negócios nos nove primeiros meses do ano chegou a R$ 61,6 bilhões, valor pouco abaixo do registrado em todo o ano 2010 (R$ 64 bilhões).

Os dados, da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, mostram que o mecanismo tem sido cada vez mais procurado por consumidores com perfil de poupador, que planejam as compras e se programam para ter o bem no futuro.

Para o presidente do Conselho Nacional da Abac, Fabiano Lopes Ferreira, a expansão da demanda não é de hoje e ocorre, entre outros fatores, pela ascensão das classes C e D, que ganharam maior poder aquisitivo nos últimos anos. "Com mais dinheiro no bolso, as pessoas passaram a comprar mais consórcios", afirma.

Além disso, a nova Lei do Consórcio, que entrou em vigor há dois anos, segundo ele, deu mais credibilidade ao sistema. Entre as modificações introduzidas, estão a possibilidade de quitação de financiamento com a carta de crédito, de o desistente ou excluído receber o dinheiro de volta. Houve a criação das modalidades de serviços - em que a pessoa pode utilizar o recurso para pagar viagem, casamento, estudos, tratamento estético e outros.

SERVIÇOS

Ainda em estágio inicial, os consórcios de serviços tiveram crescimento de 173,5% em número de participantes em setembro frente ao mesmo mês de 2010. Ferreira esclarece que, aos poucos, a modalidade ganha adesão também entre as administradoras. Atualmente apenas 30 operam com o formato, de um total de mais de 250 empresas do ramo.

O Bradesco Consórcios, por exemplo, está entre as que ainda não atuam nessa área. "Estamos esperando maturar um pouco", cita o diretor, Fernando Tenório.

IMÓVEIS

Tenório assinala ainda que a possibilidade de utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para quitar ou amortizar o saldo devedor dos consórcios, desde o fim de 2009, também serviu como atrativo para a adesão ao sistema. O Bradesco, que opera nos ramos de imóveis, veículos leves e pesados, vendeu de janeiro a outubro 230 mil cotas, 25% mais que no mesmo período de 2010.

Em todo o segmento nacional, as vendas de novas cotas de imóveis cresceram 15,7% neste ano, com expansão de 19% no tíquete médio (valor médio das cotas) de R$ 121 mil em relação ao observado há 12 meses.

Área de veículos registra alta de 50%

Segmento importante para o sistema de consórcios, as compras de veículos leves (automóveis, picapes e utilitários esportivos) por essa modalidade voltou a se aquecer, depois alguns anos de recuo. As vendas de novas cotas, nessa área, registraram expressivos 50% de crescimento de janeiro a setembro frente ao mesmo período de 2010, de acordo com os números da Abac. Passaram a ser consorciados 617,5 mil pessoas neste ano.

Aquecimento também se verificou na área de motocicletas. Nesse segmento, as novas cotas tiveram alta de 16% nos primeiros nove meses do ano. Atualmente, de cada três motos comercializadas no mercado interno, uma é entregue por consórcio.

Segundo especialistas, o poder aquisitivo em alta, somado às elevações das taxas de juros e ao aumento das restrições ao crédito ao longo do primeiro semestre também ajudaram a elevar a procura pelas modalidades.

OTIMISMO

Para o diretor do Bradesco Consórcios, Fernando Tenório, há otimismo em relação ao mercado em 2012, por causa de fatores como a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos investimentos públicos do Programa de Aceleração do Crescimento, que devem manter o nível de emprego em alta. "Acreditamos em crescimento de vendas de 25%", afirma.

Publicado em: | Atualizado em: 23/05/2018